- Tua presença é cada vez mais um mistério para mim - A voz dele se fazia calma, quase resignada.
- O que? Me desculpe, estava imersa em pensamentos. - Sua voz tremia, e não era por causa do frio. Deu um sorriso débil, quando uma memória aleatória passou por sua mente. Voltou sua atenção a ele.
Os dois conversaram, contos do dia-a-dia, desnecessáriedades, qualquer coisa para matar o silêncio. E assim o tempo foi passando. A chuva acalmando. O abismo já não mais existia.
Ela nunca havia notado, mas os olhos dele eram quase verdes. Logo em seguida parou e mentalmente advertiu a si mesma. Só porque você está completamente perdida, não significa que ele também está. Pensa menina. Pare agora.
Olhou pela janela novamente, e reconheceu a rua. Era agora.
Ele sabia. Ela sabia.
O que estava acontecendo ali, dentro daquele carro, ao som de Satriani, porém, eles não sabiam. E nem hão de saber.
Estavam a mercê do livre-arbítrio. Violando muitas regras. Infringindo algumas leis. E a culpa disso tinha nome: DESEJO. Bem assim, piscando em letras neons-vermelhas na sua cabeça o tempo inteiro. É impossível ignorar.
Na luta entre vontade e razão, a vontade ganha de W.O. Não há forma de conter.
E eles descobriram isso.
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